Capsulite adesiva do ombro: Quais as causas e tratamentos?

Capsulite adesiva é também conhecida como “ombro congelado”. É uma doença, que causa muita dor no ombro, resultante da inflamação da cápsula que circunda a articulação do ombro. 

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Como resultado, o paciente com capsulite adesiva não consegue mais movimentar o braço ou fica com os movimentos mais restritos, daí o nome “ombro congelado”. 

Saiba mais sobre o assunto abaixo!

O que é capsulite adesiva?

homem segurando um dos braços com dor por capsulite adesiva
A capsulite adesiva ou ombro congelado é uma inflamação da cápsula articular

A cápsula articular é um tecido fibroso, elástico e bastante flexível, composto majoritariamente por colágeno. 

Quando essa cápsula é submetida a esforço repetitivo, sem a devida pausa, ou quando a musculatura associada do ombro não se encontra adequadamente fortalecida, a cápsula articular pode ser submetida a mais impacto do que consegue suportar. 

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Com isso, a cápsula pode, gradualmente, se tornar inflamada, dando origem à doença, resultando em contratura e rigidez, além da dor localizada no ombro. 

Por se tornar contraída e rígida, a cápsula impossibilita a movimentação do ombro, em movimentos de elevação do braço, adução e abdução. 

Em muitos casos, não se sabe porque há o desenvolvimento da capsulite adesiva. Já em alguns casos, a capsulite adesiva é uma consequência de um longo período de imobilização do braço, como pode ocorrer em casos de luxação, por exemplo, sem a fisioterapia depois. 

Causas 

As causas da capsulite adesiva são diversas. Ela pode surgir devido a outra lesão nas estruturas do ombro, como a tendinite calcária, por exemplo, que quando não tratada pode evoluir para a capsulite adesiva. 

Outras causas incluem movimentos repetitivos, sobretudo os que constantemente exigem a elevação do braço sobre a cabeça, como é o caso de pintores, educadores que usam o quadro-negro ou atletas, como os de natação e vólei, por exemplo. 

Sintomas 

homem com mão sobre o ombro com capsulite adesiva
O principal sintoma dacapsulite adesiva é a dor localizada no ombro.

O principal sintoma é a dor localizada no ombro, com a impossibilidade de elevar o braço ou movimentar o ombro. 

Essa dor pode ser bastante aguda ou então, já ter se tornado crônica, dependendo da fase em que a doença se encontra e a limitação de movimento pode ser pequena até tornar-se total, com o indivíduo não conseguindo mexer o braço, com o ombro afetado. 

Assim, a qualidade de vida do paciente torna-se bastante ruim. 

Fatores de risco 

  • Mulheres, acima de 40 anos; 
  • Histórico de outra lesão no mesmo ombro (tendinite, por exemplo); 
  • Diabetes mellitus; 
  • Distúrbios tireoidianos; 
  • Problemas na tireóide;
  • Movimentos repetitivos.

Fases da capsulite adesiva 

Pode-se dividir a capsulite adesiva em três diferentes momentos, conforme o que acontece no organismo. 

Fase inflamatória ou aguda

Nessa fase, a cápsula começa a se inflamar e o paciente sente dor aguda. Infelizmente, nem todos os pacientes buscam o tratamento adequado nessa fase, pois sentem dor, mas ainda conseguem movimentar o braço. 

Então, muitas vezes, acreditam que se pouparem o braço de movimentos, deixando-o mais imóvel, a dor vai se dissipar e o problema irá desaparecer, mas não é o que acontece. 

Essa fase costuma durar algumas poucas semanas ou poucos meses. 

Sem tratamento, a fase inflamatória da doença evolui para a próxima fase. 

Fase de congelamento 

Período em que a mobilidade do paciente fica bastante prejudicada. Isso sugere o nome da fase, congelamento, devido à rigidez articular. 

No caso das mulheres, por exemplo, nessa fase, elas não conseguem mais colocar um sutiã ou top, sozinha. E no caso dos homens, fica muito difícil colocar o celular no bolso de trás da calça, por exemplo. 

Assim, o paciente começa perceber como a perda de mobilidade traz prejuízos para as atividades do dia a dia. 

No caso, a fase de congelamento pode durar até 6 meses, quando não há o tratamento adequado. 

Fase de descongelamento 

Nessa fase, o ombro vai gradualmente se soltando e o paciente consegue retornar à sua mobilidade lentamente. Porém, o retorno até a mobilidade total que o paciente tinha antes de apresentar um quadro de capsulite adesiva pode durar até dois anos. 

Diagnóstico 

Para diagnóstico da capsulite adesiva, é fundamental consultar um médico ortopedista. 

Através do relato da dor sentida pelo paciente, bem como seus outros sintomas como a dificuldade de conseguir colocar o braço para trás, o médico ortopedista pensará em hipóteses diagnósticas. 

Além disso, o profissional também realizará movimentações livres e resistidas, para verificar qual o grau de amplitude de movimento pelo paciente e o quanto isso está prejudicado no momento. 

Exames de imagem são geralmente solicitados, para verificar a presença ou ausência de outras lesões, tais como tendinites ou até mesmo fraturas, como outras hipóteses que possam surgir. 

Dentre os exames de imagem mais solicitados, estão as radiografias, ultrassom e também a ressonância magnética. 

Tratamento 

mulher com fisioterapuera para tratar a capsulite adesiva
A capsulite adesiva é tratada na fase inflamatória com analgésicos, depois fisioterapia.

Geralmente, quando um paciente com um quadro de capsulite adesiva procura um médico ortopedista está na fase inflamatória, com dor aguda ou na fase de congelamento, com sérias limitações de movimento. 

Na fase inflamatória, o tratamento baseia-se na prescrição de analgésicos e anti-inflamatórios para diminuir a inflamação tecidual local.

Lembre-se que somente o médico ortopedista pode prescrever, com exatidão, analgésicos e anti-inflamatórios indicados para um quadro de capsulite. 

Portanto, não se automedique nem tome medicamentos que não foram prescritos para você.

O que serviu para um conhecido seu pode não ser ideal para você, quando se trata de medicamentos. 

Além disso, é essencial colocar gelo quando se está na fase inflamatória, com o objetivo de aliviar algumas queixas. 

Fisioterapia para capsulite adesiva

Sessões de fisioterapia também são essenciais para que não haja evolução para a próxima fase. Mas, é importante que o paciente tenha aderência ao tratamento e tolerância aos exercícios de fisioterapia. 

De fato, a participação efetiva do paciente nos exercícios é essencial para que o tratamento tenha sucesso a longo prazo. 

Já na fase de congelamento, aplicação de gelo não é eficaz e o ideal é investir na fisioterapia para que a movimentação, gradualmente, retorne. Nessa fase, exercícios de alongamento da porção posterior da cápsula auxiliam no retorno dos movimentos. 

Outras ações fisioterápicas, como a neuroestimulação transcutânea (TENS) e aplicação de laser podem auxiliar na redução da inflamação local 3 da dor.

E a mobilização articular, realizada pelo fisioterapeuta, é essencial para gradualmente, a amplitude de movimento ser restabelecida. 

Um dos conceitos mais importantes quando o paciente tem uma lesão no ombro, como a tendinite calcária, por exemplo, é que o paciente não deve restringir a movimentação do ombro. 

Afinal, quando se restringe a movimentação do ombro, aumenta-se o risco de desenvolvimento da capsulite adesiva, causada pela maior rigidez articular, que restringe os movimentos. 

Inicialmente, o profissional fisioterapeuta fará uma avaliação do paciente, observando assimetrias e sua limitação de movimento. Assim, poderá traçar um plano de tratamento individualizado para aquele paciente. 

Os exercícios de fisioterapia devem sempre respeitar os limites de dor do paciente e podem ser revistos, à medida que o paciente evolui no tratamento. 

Infiltração 

Em alguns casos, quando o paciente apresenta muita dor na fase aguda, a infiltração de corticosteróides feita pelo médico ortopedista pode ser uma saída para alívio momentâneo da dor. 

Essa infiltração só deve ser indicada e realizada pelo médico ortopedista, em consultório, quando não há necessidade de manipulação pós-infiltração. 

Quando há necessidade de manipulação, o paciente deve ser sedado, para ser manipulado após a infiltração, para soltura das fibras mais rígidas da cápsula articular. 

Cirurgia 

A cirurgia é raramente indicada para pacientes com capsulite adesiva, visto que o tratamento conservador costuma apresentar excelentes resultados. 

Porém, em raros casos, pode-se realizar a soltura cirúrgica da cápsula articular, para que o ombro tenha movimentação novamente. Essa cirurgia é feita de maneira artroscópica. 

Mas, esses casos têm indicação somente após a avaliação de um cirurgião ortopédico, especialista em ombro. 

É sempre importante lembrar que a capsulite adesiva é um problema benigno, autolimitante e se resolve espontaneamente após no máximo 2 anos. O problema é que a dor sentida, bem como o movimento perdido durante o período da doença pode não ser recuperado com facilidade. 

Assim, em pacientes sem tratamento, a capsulite adesiva pode deixar sequelas, como dores crônicas e limitação de movimento do ombro. 

Prevenção da capsulite adesiva 

Em relação à prevenção da doença, é essencial que o ombro possa ser movimentado. Infelizmente, por movimentos repetitivos ou então por outros motivos, algumas lesões causam limitação da movimentação do ombro. 

E com isso, o paciente, por não buscar tratamento adequado e continuar sentindo dor, vai diminuindo, cada vez mais a movimentação. Assim, cria-se um terreno ideal para rigidez articular, característica da capsulite adesiva. 

Outras ações são importantes no que se refere à prevenção da doença: 

  • Evite, sempre que possível, movimentos repetitivos com o ombro por tempo prolongado. Se isso não for possível, faça pausas e alongue o braço, ombro e musculatura, para que não fiquem tensionados e contraídos; 
  • Faça exercícios de fortalecimento muscular, caso seja praticante de atividade física que eleva o braço constantemente acima da cabeça, ou tenha uma profissão em que esse movimento seja constante; 
  • Ao sentir dor no ombro, que não passa após um ou dois dias de repouso e colocação de gelo, procure um profissional médico ortopedista para um diagnóstico mais apurado do problema; 
  • Invista na fisioterapia caso você já tenha um diagnóstico de capsulite adesiva. 

 

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