O ombro é uma complexa articulação e permite muitos movimentos. Assim, também está sujeita doenças do ombro, que podem envolver tanto a articulação como os três principais ossos que a compõe.
Agendar uma consultaDe fato, no ombro encontramos a junção de três ossos (escápula, clavícula e úmero), bem como músculos com seus tendões sendo inseridos na articulação. Além disso, há estruturas que permitem o amortecimento, como as bursas.
Assim, o ombro possibilita vários movimentos, que incluem rotação do braço, elevação do braço, abdução e adução do membro superior. E quando há a presença de alguma doença do ombro, os movimentos são prejudicados e a qualidade de vida do paciente cai.
Dentre as principais doenças do ombro, existem algumas patologias que são mais comuns e podem afetar indivíduos mais velhos, mas também os mais novos.
Vamos ver as principais doenças que pode afetar o ombro.
Agendar uma consultaPrincipais doenças do ombro

As principais doenças do ombro são:
- Lesão do manguito rotador;
- Capsulite adesiva (ombro congelado);
- Artrose;
- Luxação do ombro;
- Lesão tipo SLAP;
- Bursite;
- Tendinite calcária;
Vamos ver cada uma dessas patologias em maiores detalhes a seguir.
Lesão do manguito rotador
O manguito rotador é um conjunto de 4 músculos (subscapular, supraespinhal, infraespinhal e redondo menor), que se originam na escápula e se inserem na porção superior do úmero, por tendões largos e achatados, inseridos na cabeça do úmero.
A função do manguito rotador é estabilizar e proteger o ombro, permitindo que realize os movimentos de grande amplitude com mais segurança.
Existem vários tipos de lesões que podem acometer o manguito rotador, desde lesões traumáticas até fatores mecânicos e fisiológicos, como em um indivíduo que tem outra comorbidade existente, como diabetes, ou faça movimentos repetitivos com o braço.
Nesse tipo de lesão, a dor aparece no ombro e vai piorando com o passar do tempo. A tendência é a dor aparecer na parte lateral do ombro e piorar, com o final do dia.
Com a piora do quadro, o paciente começa a ter dificuldades de conseguir levantar o braço acima da cabeça.
Capsulite adesiva
Também chamada ombro congelado, é uma lesão em que o paciente não consegue executar movimentos com o braço, daí o nome da articulação do ombro parecer “congelada”.
O que ocorre nesse caso é a inflamação e retração da cápsula da articulação do ombro.
Muitas vezes, a capsulite adesiva é a consequência de uma lesão anterior, como uma tendinite calcária, a qual não foi tratada adequadamente, fazendo com que a inflamação chegasse até a cápsula.
Já alguns pacientes, como os diabéticos, por exemplo, têm quatro vezes mais chances de desenvolver capsulite adesiva do que a população em geral. Pacientes com alteração na tireóide também podem desenvolver o quadro mais facilmente.
Artrose
Lesão degenerativa que pode acometer principalmente indivíduos de mais idade. Nesse tipo de lesão, a cartilagem existente no ombro, a qual ajuda a amortecer os impactos das superfícies ósseas umas contra outras, é degenerada.
Assim, o indivíduo começa a sentir dor causada pelo atrito dessas superfícies ósseas, quando movimenta a articulação.
A artrose também pode se desenvolver em outras articulações, como os joelhos, por exemplo, não sendo restrita somente ao ombro.
No caso da artrose, é importante que o tratamento seja acompanhado por um reumatologista, que poderá avaliar o caso e também recomendar sessões de fisioterapia para melhorar as dores sentidas pelo paciente.
Luxação do ombro
Luxação ocorre quando o ombro “sai do lugar”. Isso pode ocorrer após um trauma na região, sobretudo durante a prática de esportes.
Mas, a luxação pode ocorrer também por outros motivos, que não razões traumáticas.
Quando a luxação do ombro ocorre, é essencial buscar um médico ortopedista em um serviço ortopédico de urgência para que seja feita a redução e o ombro seja recolocado em sua posição original.
Além disso, é importante verificar se com a luxação não houve danos a nervos e outras estruturas.
Lesão tipo SLAP
Lesão tipo SLAP (sigla em inglês, significa: superior labral anterior posterior). É uma doença do ombro que afeta a inserção do tendão longo do bíceps na região superior do ombro, devido a uma ruptura do lábio glenóide, que é uma estrutura cartilaginosa que também favorece a estabilidade do ombro.
No caso, essa lesão é mais comum em atletas que fazem uso constante da força do bíceps, como arremessadores de peso, por exemplo, com menos de 40 anos.
Quando afeta um paciente com mais de 40 anos, deve-se pensar em uma lesão degenerativa. Além disso, em qualquer dos casos, é importante buscar outras lesões associadas.
Bursite
A bursa é uma estrutura presente no ombro e em outras articulações. Sua função é, envolvendo regiões da articulação, reduzir o atrito dos tendões contra estruturas ósseas. Encontramos bursas no ombro, mas também no quadril e no joelho, por exemplo.
Porém, quando a bursa é acometida por um processo inflamatório, temos um quadro denominado bursite. No ombro, a região da bursa subacromial é a mais acometida.
Esse tipo de lesão é bastante comum por esforço repetitivo, ou seja, por indivíduos que trabalham ou praticam esportes nos quais é necessário o movimento do braço acima da cabeça repetidas vezes.
Tendinite calcária
Nesse tipo de lesão, o organismo começa a depositar cristais de cálcio nos tendões do ombro. E com isso, a região se inflama quando o próprio organismo tende a fazer a remoção desses cristais, causando bastante dor.
O quadro melhora quando o organismo consegue retirar os cristais de cálcio dos tendões afetados.
A tendinite calcária é mais comum em mulheres, acima de 40 anos e também em pacientes diabéticos.
Uma tendinite calcária não tratada adequadamente pode fazer com que o paciente reduza a movimentação do braço, devido à dor e o quadro evolua para uma capsulite adesiva.
Sintomas de doenças no ombro
- Dor no ombro;
- Dificuldade de elevar o braço sobre a cabeça (mobilidade reduzida);
- Perda da força muscular do braço.
Diagnóstico

Independentemente de qual doença no ombro o paciente tiver, o diagnóstico correto é fundamental para estabelecer o plano de tratamento da patologia.
Para isso, o médico ortopedista fará perguntas sobre como é a dor que o paciente sente, quando começou a doer e se piora ou melhora em algum momento.
Além disso, o médico ortopedista também fará uma avaliação física no paciente, com algumas movimentações da articulação, para verificar o grau de mobilidade ou comprometimento da articulação.
Exames de imagem são bastante úteis para confirmar ou descartar hipóteses diagnósticas. Assim, a radiografia costuma ser o primeiro exame solicitado e é bastante importante para descartar a presença de fraturas nos ossos do ombro.
Outros exames como ultrassom, tomografia computadorizada e ressonância magnética podem ser solicitados em um segundo momento ou se houver falha do tratamento inicial proposto, com a dor permanecendo igual.
Tratamento conservador
O tratamento para doenças do ombro é, a princípio, conservador. Dessa forma, o primeiro passo é retirar o paciente do quadro agudo de dor.
Para isso, o médico ortopedista prescreverá medicamentos como analgésicos e anti-inflamatórios, para melhorar a dor sentida pelo paciente.
É fundamental que o paciente não se automedique, pois, existem medicamentos que podem piorar os sintomas ou que não são adequados para aquele paciente.
Ainda como parte do tratamento conservador, a utilização de gelo no local, três vezes ao dia, por ao menos 15 minutos, ajuda na diminuição das queixas locaisl.
Fisioterapia
Sessões de fisioterapia também são recomendadas e parte integrante do tratamento conservador. Dessa forma, um profissional fisioterapeuta fará uma avaliação do paciente e estabelecerá um plano de tratamento.
Ações analgésicas, como aplicação de eletroestimulação transcutânea (TENS) e aplicação de laser ajudam a minimizar a dor, reduzindo a inflamação local, estimulando a reparação e podem contribuir para que o paciente consiga diminuir a quantidade de analgésicos e anti-inflamatórios que toma.
Outros tratamentos fisioterapêuticos, como a mobilização articular tanto ativa quanto passiva, são essenciais para que o quadro não piore, como é o caso da tendinite calcária e não evolua para capsulite adesiva.
Fortalecimento muscular também é importante para que a região com lesão não receba carga de maneira inadequada.
Tratamento cirúrgico
O tratamento conservador tem excelentes resultados e consegue resolver grande parte das doenças do ombro. De fato, são poucos e raros casos em que a cirurgia é necessária.
Mas, o tratamento cirúrgico deve ser somente recomendado por um cirurgião ortopédico, após a análise do caso. Além disso, sessões de fisioterapia também serão necessárias pré e pós cirurgia.
No caso de traumas, como na luxação do ombro com lesão tecidual ou no rompimento do tendão longo do bíceps, a cirurgia acaba sendo necessária para reparar ou suturar tecidos.
Assim, a cirurgia é geralmente feita por artroscopia, quando uma câmera de vídeo é inserida através de um pequeno corte. Em outro corte, são colocadas pinças e instrumentais para realizar os reparos cirúrgicos necessários.
Com isso, diminui-se o risco de infecções pós-cirúrgicas, com cortes menores.
No caso da tendinite calcária, por exemplo, o tendão é exposto cirurgicamente e é raspado, para remoção cirúrgica dos cristais de cálcio. Mas, raros são os casos de tendinite calcária em que o procedimento cirúrgico é necessário.
Após a cirurgia, o ombro fica imobilizado por algum tempo e só então inicia-se a fisioterapia para devolver a amplitude de movimento ao paciente.
Como evitar doenças do ombro?
Nem sempre é possível prevenir doenças, mas é importante que o paciente procure hábitos de vida saudáveis e também mantenha suas comorbidades controladas (no caso dos pacientes diabéticos, por exemplo).
Quando o paciente necessita realizar movimentos repetitivos com o ombro, é essencial aderir a um programa de fortalecimento, para que a musculatura consiga absorver o impacto e não transmiti-lo aos tendões, um fisioterapeuta pode ajudar acompanhando o processo e identificar possíveis riscos de lesão.
Alongamentos caso haja encurtamentos e pausas também são importantes, para não sobrecarregar a articulação.
Além disso, buscar o diagnóstico médico quando surgir uma dor no ombro que não passa após 3 dias, é essencial. Não se automedique nem fique convivendo com a dor.
Há pessoas que não buscam o diagnóstico e convivem por muito tempo com dores, o que resulta em quadros de dores crônicas.
No caso da tendinite calcária, por exemplo, não utilizar o braço ou até mesmo pensar em deixá-lo imobilizado só contribuirá para que o quadro evolua para uma capsulite adesiva.
Em indivíduos que praticam esportes de contato e com isso, têm maiores chances de traumas na articulação do ombro, o uso de equipamento de proteção na articulação, quando possível, é bastante importante.
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