Quem já sofreu uma luxação anterior no ombro, deve ter ouvido de um médico ortopedista o clássico sinal de Dragona.
Agendar uma consultaMas, você sabe o que é o sinal de Dragona e por que esse sinal é característico de pacientes que sofreram luxação anterior do ombro?
Vamos explicar o que é o sinal de Dragona e como a luxação anterior do ombro pode ser tratada. Confira!
O que é sinal de Dragona?
O ombro é uma complexa articulação, sendo, inclusive, a articulação com mais mobilidade do corpo humano.
Ele é formado por três ossos: a cabeça do úmero, o osso do braço; a escápula e a clavícula.
Agendar uma consultaCom isso, um ombro que não sofreu lesões ou traumas, apresenta uma curvatura natural e certa harmonia de forma bilateral.
Ou seja, é comum observarmos as pessoas e vermos que seus ombros têm alturas iguais e curvaturas semelhantes. Isso, claro, falando que indivíduos sem lesões nos ombros.
Porém, quando um indivíduo sofre uma luxação no ombro, chamada também de deslocamento anterior do ombro, o ombro perde essa curvatura natural, ficando reto.
Daí, esse sinal recebe o nome de sinal de Dragona, pois, lembra as vestimentas militares, retas nos ombros.
Assim, o termo sinal de Dragona ficou consagrado pelo uso pela comunidade médica, ao observar um paciente que sofreu luxação anterior do ombro.
Sinais e sintomas de luxação de ombro
Além do sinal de Dragona, o paciente com luxação de ombro fica com um desequilíbrio nítido na articulação do ombro afetado.
Isso porque a articulação do ombro é tipo bola-soquete, ou seja, a cabeça do úmero encaixa na cavidade glenóide.
Porém, devido a algum trauma ou acidente, a cabeça do úmero é deslocada, muitas vezes para frente, fazendo com que o paciente sofra o quadro denominado luxação do ombro.
A luxação ocorre predominantemente para frente, ou seja, uma luxação anterior, presente em 85% dos casos.
Mas, existe também a luxação posterior, quando a cabeça do úmero sai da cavidade glenóide e vai para trás.
O principal sintoma relatado pelo paciente com luxação do ombro é a dor, além da limitação do movimento.
Quando a luxação de ombro ocorre, o paciente necessita ter atendimento médico de urgência, pois pode também ter havido rompimento de vasos, o que compromete a nutrição do osso.
Por isso, ao presenciar uma luxação de ombro, busque acompanhar o paciente para um atendimento de urgência o mais rápido possível.
Causas da luxação do ombro
Há diversas causas para luxação do ombro, dentre elas, pode-se citar:
- Traumas com veículos, como bicicletas ou motocicletas;
- Esportes de contato, como esportes de luta (judô, por exemplo, em que o paciente pode cair sobre o braço);
- Uso excessivo de movimentos com o braço sobre a cabeça, como em esportes tais como vôlei ou handebol, em indivíduos que já apresentam desgaste da articulação do ombro. Nesses casos, devido ao movimento repetitivo e desgaste da articulação, o ombro pode acabar deslocado, em um movimento mais brusco;
- Quedas em indivíduos com mais idade.
Diagnóstico
Quando um paciente com luxação de ombro chega a um atendimento médico de urgência, o médico ortopedista avaliará o grau de comprometimento das estruturas do ombro.
Exames de imagem são essenciais nesse tipo de lesão, visto que é necessário verificar a presença de fraturas, bem como de lesões ligamentares e/ou lesões vasculares.
Dentre os exames de imagem mais solicitados, a radiografia ocupa o primeiro lugar, por ser um exame mais rápido e fácil de ser feito.
Além disso, aparelhos de radiografia são facilmente encontrados em centros médicos e ortopédicos, o que não é o mesmo para tomógrafos ou aparelhos de ressonância magnética.
Dessa forma, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética são consideradas padrão ouro para avaliação de ligamentos e vasos da região do ombro.
Em pacientes com mais idade, devido à queda, é importante verificar se não houve fratura do úmero, sobretudo em pacientes idosos que já apresentam osteoporose, a qual contribui para fraturas ósseas.
Tratamento de luxação do ombro
Após feito o diagnóstico de luxação, a primeira ação de tratamento é proceder à redução.
A redução é o retorno da cabeça do úmero à sua posição original, na cavidade glenóide. Isso é feito através de um movimento preciso, com o uso de força e técnica, pelo médico ortopedista.
Embora muitos acreditem que a redução possa ser feita por qualquer pessoa, esse é um procedimento que só deve ser realizado por quem tem conhecimento de anatomia do ombro, visto que uma redução mal feita ou feita incorretamente pode resultar em mais lesões aos tecidos.
Assim, o médico pode optar por diferentes técnicas de redução, conforme a avaliação feita do paciente e o grau de comprometimento dos tecidos.
Além disso, a redução pode ser feita apenas com analgésicos, em ambiente ambulatorial ou em centro cirúrgico, sob sedação.
Isso também dependerá da avaliação do médico ortopedista e do grau de sensibilidade do paciente.
Há pacientes que não suportam uma manobra de redução, sem estarem sedados. E nesse caso, para o uso da sedação, é necessário acompanhamento de um médico anestesista.
Após a manobra de redução, o ombro será imobilizado e o paciente receberá prescrição de analgésicos e anti-inflamatórios, para ter alta na sequência.
Cirurgia para luxação do ombro
Em alguns casos, a luxação é tão violenta que há danos na estrutura óssea ou ainda em ligamentos e estruturas vasculares. Nesses casos, a cirurgia é indicada.
Durante a cirurgia, o cirurgião ortopédico consegue retirar fragmentos ósseos, melhorar a superfície óssea e promover a fixação da cabeça do úmero com parafusos e placas de fixação.
Os ligamentos também são suturados, bem como os vasos sanguíneos danificados durante o trauma.
Então, o ombro é imobilizado e o paciente recebe, além de analgésicos e anti-inflamatórios, antibióticos, visto que houve manipulação óssea durante a cirurgia.
Pós-operatório
Durante o pós-operatório, o paciente ficará com o ombro imobilizado durante alguns dias.
Porém, durante esse período, o profissional fisioterapeuta acompanhará o paciente e realizará pequenos movimentos.
É importante que a fisioterapia inicie no próprio ambiente hospitalar, para que o paciente submetido à cirurgia, saiba como se virar em casa, quais os movimentos que poderá fazer, como deverá proceder durante o dia, com o ombro imobilizado.
Após a alta do paciente, sessões de fisioterapia são prescritas, até a remoção total de imobilização.
Após isso, outras sessões são prescritas, conforme o caso, e há também o acompanhamento do médico ortopedista.
A alta e o retorno às atividades físicas só são dadas quando o paciente não apresentar mais nenhum sinal de fratura (verificado em imagens radiográficas), já apresentar reparo ósseo ao menos inicial e ausência de dor na movimentação do braço.
A importância da fisioterapia
A fisioterapia é forte aliada em pacientes que sofreram luxação do ombro.
Mesmo em pacientes que foram apenas submetidos à manobra de redução, sem cirurgia, o movimento do ombro deve ser coordenado e voltar lentamente.
Isso porque em pacientes com luxações recidivantes, o pós-operatório é bem mais complexo e costuma durar mais. Além disso, a dor costuma ser mais forte.
Já em atletas, quando há luxação, é fundamental que a fisioterapia seja inserida logo cedo, para que o paciente retorne com sua amplitude de movimento, gradualmente, bem como tenha fortalecimento muscular adequado.
Com o tratamento fisioterápico apropriado para o paciente com sinal de Dragona, o retorno à prática esportiva deve ocorrer em alguns meses.
Já em pacientes submetidos à cirurgia, esse retorno costuma demorar mais tempo.
Mesmo assim, com o tratamento correto, mesmo em pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos, o retorno à prática esportiva é possível.
O que devo fazer ao presenciar um deslocamento de ombro?
Caso você seja testemunha de uma luxação de ombro, procure acompanhar o paciente ao serviço médico ortopédico de urgência.
Não tente você mesmo fazer a manobra de redução de ombro, exceto se você é um profissional da área da Saúde que tenha conhecimento amplo da anatomia do ombro e saiba as diferentes técnicas de redução.
Também não sugira analgésicos ou outros medicamentos, que só devem ser prescritos pelo médico ortopedista, após a avaliação do paciente.
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