A síndrome do impacto do ombro é uma patologia bastante comum, sobretudo em praticantes de atividades esportivas que usam muito o braço.
Agendar uma consultaAssim, a doença atinge atletas profissionais e amadores de vôlei, handebol, natação, dentre outros esportes, por exemplo.
Mas, o que causa a síndrome do impacto do ombro? Há maneiras de preveni-la? E seu tratamento, pode ser conservador ou é cirúrgico?
São essas questões que trataremos, confira!
O que é síndrome do impacto do ombro?

Síndrome do impacto do ombro, também conhecida como conflito subacromial ou síndrome de colisão do ombro, é uma patologia que envolve a articulação do ombro.
Agendar uma consultaEla ocorre quando há compressão ou atrito de alguma estrutura presente na articulação do ombro.
Vale lembrar que o ombro é uma articulação muito complexa, composta por três ossos (escápula, clavícula e úmero), além de diversos tendões e músculos.
É através da interligação de todas essas estruturas que o ombro é a articulação com maior mobilidade no corpo humano.
Através do ombro, movimentos de elevação do braço, bem como rotação, adução e abdução do membro superior são possíveis.
Mas, quando o paciente sente dor ao realizar algum desses movimentos, existe grande chance de uma das estruturas estar inflamada ou lesionada.
No caso da síndrome do impacto do ombro, os problemas ocorrem na região subacromial.
É nessa região que estão os tendões supraespinhal, do bíceps, a bursa subacromial e também a região acromioclavicular. Todas essas estruturas podem estar com problemas no caso dessa patologia.
Quando alguma dessas estruturas apresenta problema, pode ocorrer atrito ou compressão das demais estruturas, caracterizando o quadro da doença.
Essa síndrome atinge geralmente indivíduos com mais de 40 anos, de ambos os sexos, mas também pode afetar pacientes mais jovens, na casa dos 20 anos.
Fatores de risco

Geralmente, não se consegue evidenciar uma única causa para o desenvolvimento da doença.
Mas, o que se observa é que determinados grupos populacionais apresentam maior incidência da doença.
Portanto, alguns fatores de risco para o desenvolvimento da síndrome do impacto do ombro podem ser descritos:
Indivíduos com artrose
Artrose é uma doença degenerativa das articulações e geralmente está presente em outras articulações, como joelho e quadril, por exemplo.
No caso do ombro, pacientes com artrose são mais propensos a apresentarem a síndrome do impacto do ombro.
As alterações fisiológicas geradas pela artrose, levam a outras alterações secundárias com fraqueza muscular e dor.
Por isso esse grupo é mais propenso ao problema.
Trauma na região do ombro
Traumas diretos na região do ombro podem levar ao desenvolvimento da doença, pois, o trauma principalmente compressivo pode causar danos a essas estruturas.
Um mecanismo clássico dessa lesão é quando o paciente cai e utiliza o braço em extensão para se apoiar. Isso gera uma lesão compressiva na área.
Esforço repetitivo por trabalho ou esporte
Atletas que constantemente usam o braço elevado, acima da cabeça, bem como profissionais que executam esse movimento de forma constante, como pintores, estão mais sujeitos a desenvolverem a doença.
Por isso, praticantes de esportes como natação, handebol, vôlei ou outras modalidades overhead (acima da cabeça) são grupos de risco para desenvolverem a síndrome do impacto do ombro.
Fatores anatômicos
Há pessoas que apresentam uma anatomia da região acromial que favorece o desgaste do tendão supraespinhal, por exemplo.
É o caso dos portadores de acrômio curvo, ou também indivíduos com acrômio muito plano.
Além disso, indivíduos que apresentam esporões ósseos nessa região também têm maior risco de desenvolver a doença.
Lesão no manguito rotador
Manguito rotador é um conjunto de músculos os quais são essenciais para a movimentação do ombro.
No entanto, nem sempre esses músculos são fortalecidos de maneira adequada.
Assim, dependendo de quanto o paciente usa o braço, lesões ou enfraquecimento no manguito rotador, tendem a gerar a síndrome do impacto no ombro.
Classificação da síndrome do impacto no ombro

A classificação em fases da doença geralmente tem correlação com a idade do paciente.
Ou seja, geralmente, as fases iniciais são mais comuns em pacientes mais jovens. E as demais fases, em pacientes de mais idade.
Da mesma forma, a intensidade das lesões costuma ser menor em pacientes mais jovens, que apresentam melhora com repouso e mais intensa em pacientes com mais idade.
Fase I
Nessa fase, o paciente apresenta edema, dor aguda, como resposta inflamatória ao atrito. Dessa forma, quando nessa fase, os pacientes apresentam melhora com repouso e aplicação de gelo local.
Essa fase costuma afetar pacientes com média de idade de 25 anos.
Fase II
Já nessa fase, mais comum em indivíduos de 25 a 30 anos, ocorre edema, fibrose e aumento da densidade da bolsa subacromial. Tendinopatias também costumam estar presentes.
Fase III
E nessa fase, mais comum em indivíduos acima de 40 anos, são nítidas as lesões nos músculos, sobretudo no complexo manguito rotador e também lesões ósseas, em alguns casos é possível detectar ruptura parcial em exames de imagem.
Sintomas
O principal sintoma que o paciente relata nessa patologia é a dor no ombro, que se estende até a parte superior do braço e dificulta a movimentação normal do membro.
Pacientes costumam relatar diminuição da amplitude de movimento, ao relatarem que não conseguem coçar as costas, ou então, no caso das mulheres, colocar um top ou fechar o sutiã.
No caso dos homens, colocar a carteira ou celular no bolso detrás das calças é bastante difícil.
Com o relato desses sintomas, o médico ortopedista poderá pensar na hipótese diagnóstica da síndrome do impacto do ombro.
Porém, como várias outras patologias que afetam as estruturas dos ombros têm sintomas semelhantes, é necessária uma avaliação física criteriosa e exames complementares de imagem para eliminar outras patologias que afetam o ombro.
Diagnóstico
Para o diagnóstico da síndrome do impacto do ombro, o médico ortopedista avaliará fisicamente o paciente, realizando alguns testes.
Ele também solicita exames complementares de imagem para descartar algo mais grave, as chamadas bandeiras vermelhas.
Tratamento

O tratamento para essa doença é, a princípio, conservador. Inicialmente, é necessário retirar o paciente da fase aguda da dor.
Para isso, são prescritos medicamentos como analgésicos e anti-inflamatórios e paralelamente deve se iniciar o tratamento fisioterapêutico.
Em alguns casos a restrição absoluta de atividades pode ser recomendada e em outros caso pode ser recomendado redução dos treinos e paralelamente a fisioterapia, o paciente é acompanhado para analisar a evolução do quadro até sua alta ou retorno.
A importância da fisioterapia no tratamento da síndrome do impacto do ombro
Muitos pacientes, passando a primeira fase de dor aguda, acabam minimizando a importância da fisioterapia. Assim, não comparecem às sessões e a dor retorna, podendo tornar-se crônica.
Dessa forma, um caso clínico que era favorável e poderia ser resolvido de maneira conservadora, ganha ares de dor crônica e pode ter indicação cirúrgica, com piora do quadro.
Na fisioterapia, é elaborado um plano de tratamento individual, baseado em fortalecimento muscular e reabilitação da amplitude de movimento.
E assim, o paciente consegue executar melhor os movimentos e exercícios para fortalecimento da musculatura do ombro. A manipulação da articulação, feita pelo fisioterapeuta, também é importante.
Quanto menos o paciente movimenta o braço, com o passar do tempo, pior fica seu quadro, com a musculatura mais enfraquecida, aumento da rigidez e piora da amplitude de movimento.
Exercícios de fortalecimento para o ombro

Alguns exercícios para fortalecimento da musculatura do ombro são bastante importantes no plano fisioterápico de reabilitação do paciente com síndrome do impacto do ombro.
Dentre esses exercícios, podemos descrever alguns:
Exercícios de rotação
Com o auxílio de uma faixa elástica, amarrada em uma extremidade, segure a faixa com o braço do lado oposto, forçando a faixa além do braço.
Dessa forma, a escápula faz rotação interna e há fortalecimento dos músculos da cintura escapular.
Alongamentos com faixa
Usando uma faixa, pendurada em uma extremidade superior, movimente os braços para cima e para baixo, segurando as extremidades da faixa.
Outro exercício é segurar uma ponta da faixa com um membro superior, e puxar a outra ponta com o outro braço, dobrado para trás.
Remada e elevação
A remada é um exercício que pode ser realizado com faixa elástica. Para isso, o paciente deve sentar-se à frente da faixa, com as pernas esticadas e puxar a faixa para si, na altura do umbigo.
A remada alta pode ser feita com um bastão, puxando o bastão na altura do peito, em pé.
A elevação do mesmo bastão acima da cabeça pode ser bastante desafiador no início das sessões, mas com a melhora do quadro e ganho de amplitude de movimento, o paciente conseguirá realizar o exercício com mais facilidade.
Abdução do braço
Na ausência de dor, o paciente poderá realizar a abdução do braço, elevando-o de maneira esticada, o mais alto que conseguir, na lateral.
A posição deve ser mantida por alguns segundos e o movimento repetido, algumas vezes, por ambos os braços.
Com esses exercícios, o paciente poderá gradualmente, fortalecer a musculatura dos ombros e ganhar amplitude de movimento.
Mas, vale lembrar que a execução desses movimentos deve ser feita sempre sob a supervisão de um profissional, sobretudo nas fases iniciais do tratamento.
Lembrando que esses exercícios são apenas dicas valiosas, porém não substitui avaliação especializadas, já que cada indivíduo tem características e necessidades específicas.
Síndrome do impacto do ombro precisa de cirurgia?
A resposta para isso é depende. Mas, inicialmente, o tratamento indicado é sempre conservador.
O paciente precisa ter paciência e aderência ao tratamento e as sessões de fisioterapia, antes de pensar em uma indicação cirúrgica.
De fato, a cirurgia só é indicada pelo médico-cirurgião ortopédico quando há alguma alteração da estrutura passível de correção cirúrgica e quando o tratamento conservador não apresentou resultados positivos.
Além disso, a idade do paciente não deve ser muito avançada para a indicação de cirurgia.
Vale lembrar que toda cirurgia apresenta riscos e o paciente deve estar em boas condições de saúde para ser submetido a um procedimento cirúrgico.
Após exames de imagem e exames de sangue para avaliação do quadro clínico e da saúde geral do paciente, com a indicação de cirurgia, o paciente pode ser submetido a uma artroscopia, sendo uma cirurgia com pequenas incisões.
Na artroscopia, essas pequenas incisões são feitas para colocação de uma câmera de vídeo, bem como do instrumental necessário para executar os procedimentos de corte e sutura.
A artroscopia é sempre preferível, pois, resulta em menos impacto, diminui a chance de infecção pós-cirúrgica com recuperação mais rápida do que uma cirurgia de campo aberto.
Durante a artroscopia, os ossos podem ser lixados, tendões suturados e esporões removidos.
Pós-cirúrgico
Após a cirurgia, o paciente recebe alta no dia seguinte, caso não apresente nenhum sinal preocupante de infecção, por exemplo.
No próprio hospital, o paciente já terá o primeiro contato com a fisioterapia pós-cirúrgica.
A comunicação entre o cirurgião e o fisioterapeuta é essencial para otimizar os resultados.
Dessa forma, o paciente deverá fazer de 2 a 3 sessões de fisioterapia por semana, após a cirurgia.
No início, pequenos movimentos são realizados e à medida que o tratamento evolui, o paciente vai ganhando mais mobilidade e amplitude de movimento.
No caso de esportistas, o retorno à prática esportiva pode demorar até 4 meses, dependendo do caso, mas não é regra.
Qualquer sinal de infecção, como calor, edema extremo, após a cirurgia, deve ser comunicado imediatamente com o médico-cirurgião.
Em geral, o paciente é medicado com antibióticos, anti-inflamatórios e analgésicos, no período pós-cirúrgico.
As medicações são suspensas à medida que o quadro evolui positivamente.
Como evitar a síndrome do impacto do ombro?
Há um certo limite em quanto se consegue prevenir uma lesão ortopédica.
Afinal, há algumas lesões, como é o caso da síndrome do impacto do ombro, que podem ser causadas por diversos motivos e há vários fatores de risco.
A melhor maneira de se evitar qualquer lesão no ombro é sempre realizando movimentos de maneira adequada, ergonômica e investir no fortalecimento muscular com foco na necessidade do paciente. Exercícios acessórios podem ajudar no processo.
Assim, a fisioterapia também torna-se importante para pessoas com outras comorbidades, como artrose, por exemplo, para evitar o surgimento de futuras lesões articulares.
Além disso, o repouso para a articulação é essencial.
Portanto, sempre que sentir dor no ombro, que não passa com repouso ou aplicação de gelo local, procure um médico para o diagnóstico adequado e inicie o tratamento imediatamente.
Evitar treinos exaustivos e não treinar com dor também são boas maneiras de se evitar o agravamento de lesões já existentes.
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